O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) é um dos principais indicadores de inflação do Brasil e apresentou queda de 0,06% em fevereiro deste ano. Esta é a primeira queda após três meses consecutivos de alta.
O IGP-M é calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e reflete a variação de preços de produtos e serviços no mercado nacional. O indicador é composto pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação de preços na produção, e pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que mede a variação de preços na construção civil.
A queda do IGP-M em fevereiro foi influenciada, principalmente, pelo IPA, que teve uma variação negativa de 0,44%. Já o INCC apresentou alta de 0,42%. A variação de preços dos alimentos in natura, como frutas, verduras e carnes, foi um dos fatores que contribuiu para a queda do IPA.
André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, conta que, no momento, o mundo está passando por uma pressão inflacionária maior, então diversos países estão lutando contra a inflação e o recurso é o aumento de juros. Quando os juros sobem, a demanda diminui, o que provoca a diminuição da procura por grandes commodities como milho, soja, trigo, minério de ferro, alumínio, entre outros.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
“É como se esses países crescessem, mas eles vão crescer uma taxa menor, eles vão crescer mais lentamente nos próximos meses. É um efeito colateral para conter o avanço da inflação. Uma demanda menor força um aumento de preços menor também”, destaca o especialista.
Braz também explica que a desaceleração nas demandas dessas commodities influenciam no IGP, o segurando em níveis de inflação mais baixos. “Ele antecipa para a gente que o processo inflacionário está em desaceleração. Exatamente porque o preço de grande commodities vem subindo menos ou até caindo como resposta ao enfraquecimento da demanda no mundial”, pontua.
Ainda de acordo com a FGV, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,38% em fevereiro, após alta de 0,61% em janeiro. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação que saiu de 2,04% para 0,46%.
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