Insetos, baratas e ratos. Visitantes indesejados, que aumentam com a chegada do período de chuvas. A combinação de água acumulada, lixo e falta de infraestrutura favorece o aparecimento das pragas.
Segundo o vice-presidente executivo da Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas (Aprag), Sérgio dos Santos Bocalini, é possível evitar, em algumas situações, o acesso desses animais, principalmente em se tratando dos roedores.
“Barreiras físicas como o uso de borrachões nos portões, na parte de baixo, rodos em portas, tudo isso vai impedir a passagem desses animais. No caso de roedores, se for no caso de indústrias onde tem alambrado, colocar telas com malhas menores. No caso de baratas e escorpiões, o uso de ralos com o sistema abre e fecha”, pontua.
Quem realiza esse tipo de serviço diariamente revela que existem situações complicadas, como conta Walerio Rodrigues, da C3 Dedetizadora. “A gente faz muita dedetização diariamente. A gente visita muitos lares, muitos condomínios, muitos estabelecimentos do ramo alimentício. E o que a gente tem notado, infelizmente, é meio que um acúmulo de lixo, indevido. Então, antes de tudo, tem que ser feito um manejo ambiental dentro da residência”, destaca.
Cuidado com empresas e produtos
Mesmo que as empresas de dedetização representem um papel relevante nos cuidados, o vice-presidente executivo da Aprag faz um alerta. “Antes de fazer a contratação, as pessoas precisam ficar atentas para checar se é uma empresa licenciada, se está autorizada através dos órgãos competentes, se estão totalmente regularizadas junto a esses órgãos. E se possuem também responsáveis técnicos ligados ao Conselho Regional da sua categoria”, explica.
Além disso, Sérgio dos Santos Bocalini lembra que as pessoas não devem usar esses produtos deliberadamente. “Existe o risco do manuseio, do uso indevido, inadequado de produtos, que não deixam de ser produtos químicos e se não aplicados da forma adequada em pontos estratégicos causando intoxicações”, informa.
Ele ainda alerta para produtos irregulares e que não têm licença para serem comercializados. “O chumbinho, raticida líquido, todos esses produtos oferecem um risco muito alto de intoxicação e morte para quem faz a utilização ou outras pessoas ou animais que venham a ter contato com esses produtos”, destaca.
De acordo com Guillermo Glassman, sócio da SPLaw, doutor em direito pela PUC-SP e pós-doutorando pela USP, nesse cenário, é natural que existam empresas sérias e outras nem tanto. Por isso, ele vê a necessidade de controle pelos órgãos públicos competentes.
“A atividade de controle de pragas no Brasil é bastante regulada e um dos controles definidos em linha é o dos conselhos de classe, como os conselhos regionais de química. As empresas, em geral, devem estar registradas no conselho de classe correspondendo à sua atividade principal”, afirma.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Nenhum comentário
Postar um comentário