O geólogo e pesquisador Marcell Leonard Besser, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), descobriu novas rochas conhecidas como piroclásticas, no Paraná, o que levou à identificação de um vulcão formado por erupções explosivas. O local recebeu o nome de Vulcão Tapalam. As rochas piroclásticas encontradas, chamadas de tufos, são formadas de erupções explosivas e estão em uma mina no município de Marilândia do Sul (PR). As rochas piroclásticas foram formadas a partir da pulverização da lava e posterior solidificação da mesma em partículas de vidro vulcânico, evidenciando a intensidade dos jatos de lava do vulcão Tapalam.
Besser comenta ainda que o estudo contribui para a compreensão das grandes províncias magmáticas da história da Terra, as chamadas LIPs (da sigla em inglês Large Igneous Provinces - ou Grandes Províncias Ígneas). O estudo destas LIPs é muito importante porque os eventos vulcânicos que ocorreram nestas áreas foram responsáveis por direcionar a evolução da vida no planeta, contribuindo inclusive para eventos de extinção em massa. A pesquisa, que contou com a participação do geólogo André Luís Spisila, será continuada com o objetivo de ampliar a descoberta. "A gente vai dar continuidade a essa pesquisa para entender um pouco melhor o formato desse vulcão e provavelmente tentar encontrar outros, porque, se tinha esse, então existem muitos outros que ainda não foram encontrados”, destaca o pesquisador.
No contexto nacional, o conhecimento geológico não é apenas uma busca científica, mas também uma fonte valiosa de recursos. “A mina onde foram encontradas as rochas vulcânicas destina-se à exploração de brita, algo essencial na construção civil para erguer casas, prédios, escolas, entre outros. Esse é um exemplo prático da importância do mapeamento geológico e do entendimento da geologia, pois fornece informações cruciais sobre a localização de minérios, água potável subterrânea e outros recursos essenciais, muitos deles essenciais para a transição energética”, explica Marcell. A pesquisa desenvolvida durante os últimos quatro anos e seus resultados estão disponíveis e foram publicados na revista científica "Bulletin of Volcanology", a mais antiga sobre vulcanologia e uma das mais conceituadas na área.
Foto: Divulgação/Brasil Mineral |
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