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Dia Mundial do Câncer: avanços da Medicina deixam tratamento mais eficaz e melhoram a qualidade de vida do paciente

Cerca de uma em cada cinco pessoas desenvolve câncer durante a vida e aproximadamente um em cada nove homens e uma em cada 12 mulheres morrem da doença, apontam as estimativas mais recentes da Organização Mundial da Saúde e da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer.

Os registros, em constante crescimento, assustam, porém em paralelo os avanços da ciência em relação ao diagnóstico e tratamento têm elevado também o número de pacientes que são considerados curados da doença, fazendo com que a notícia que nenhum paciente espera receber tenha uma boa dose de esperança como pano de fundo.

“Na história da humanidade nenhuma outra doença traz no seu diagnóstico um peso tão forte na sensação de morte quanto o diagnóstico de câncer. Entretanto, cada vez mais vemos um número maior de pessoas se curando, o que podemos relacionar com o avanço da Medicina, especialmente na área da Oncologia e também com diagnósticos cada vez mais precoces. É muito importante lembrar que por mais sofisticado que seja o tratamento, nenhum deles substitui o diagnóstico precoce quando se fala de chances de cura”, alerta o oncologista do Policlínica Hospital de Cascavel, Luiz Sérgio Spricido.

Não espere os sintomas

O especialista ressalta que a realização de exames de rotina, ou o recomendado check-up, são fundamentais para o diagnóstico da doença em estágio inicial, quando ainda não há sinais que podem indicar a enfermidade. “Quando se fala de sintomas, existem aqueles de alarme, como nódulos palpáveis, sangramentos, tosse persistente, mas nós dizemos o seguinte: seria ideal que os pacientes chegassem no consultório tendo feito seu diagnóstico por exame de rotina e não aguardando os sintomas. Quando se fala de câncer de mama, por exemplo, o ideal é que o diagnóstico se faça pela mamografia ou pelo ultrassom, ou eventualmente pela ressonância magnética. Quando se fala em tumor de cólon que se faça o diagnóstico pela colonoscopia, antes de o paciente ter os sintomas”, reforça.

Novos tratamentos

Os tratamentos de câncer mais conhecidos são a rádio e a quimioterapias. Ambas têm evoluído tanto no quesito resultados positivos quanto na redução de efeitos colaterais. No caso do tratamento medicamentoso, novas possibilidades têm sido utilizadas na busca da cura. “Recentemente nós incorporamos ao tratamento, quando se trata da cirurgia, procedimentos menos invasivos, com resultados tão bons quanto as cirurgias mais amplas. Quando se trata da radioterapia os aparelhos têm melhorado a tecnologia a cada dia, gerando efeitos colaterais menores e o poder de tratamento maior. E quando se fala de drogas, nós incorporamos à quimioterapia as terapias alvo (medicação que é capaz de bloquear ou desligar os comandos que indicam às células tumorais como crescer e se dividir) e a imunoterapia (que tem como objetivo potencializar o sistema imunológico do paciente, para que o mesmo identifique e combata as células cancerosas). Hoje nós temos muitos pacientes que deixaram de ser tratados por quimioterapia para serem tratados exclusivamente com uma dessas terapias. Lembrando que a quimioterapia ainda é muito importante e que existem doenças que têm tratamento exclusivamente quimioterápico. A imunoterapia e terapia alvo não vieram para substituir a quimioterapia, mas para ser uma arma a mais na chance de cura”, afirma.

Qualidade de vida

Os efeitos colaterais do tratamento contra o câncer podem impactar de forma significativa na qualidade de vida dos pacientes e para amenizá-los é indicado acompanhamento de profissionais de outras áreas e a manutenção de hábitos saudáveis. “A qualidade de vida dos pacientes tem melhorado muito, não só devido a qualidade das medicações, mas também a abordagem multidisciplinar, ou seja, não se trata o câncer exclusivamente com profissional da oncologia, nós temos que ter o apoio das outras especialidades como nutrição, por exemplo.  Existem situações que se nós tivéssemos que escolher entre um tratamento e uma boa nutrição, nós escolheríamos uma boa nutrição. É óbvio que os tratamentos sempre se combinam, mas é muito importante que o paciente leve um estilo de vida saudável durante todo o seu tratamento, isso inclui também a realização de atividade física regular”, aponta.

Hereditariedade

Durante o processo de diagnóstico da doença é comum que o médico solicite informações sobre o registro de casos em familiares, porém o especialista reforça que nem todos os tipos de câncer são hereditários, a maior parte está ligado à genética. “Cada vez mais nós temos usado a genética como aliada na investigação, então muitos tumores são investigados paralelamente à investigação genética. Aqueles pacientes que têm uma alteração genética, nós fazemos, ou pelo menos orientamos que os familiares também façam a investigação. Porém, vale reforçar que é necessário diferenciar o que é genético daquilo que é hereditário. Podemos pensar assim: o que é genético é um defeito daquela pessoa que tem um tumor e hereditário é aquilo que se pode transmitir de pai para filho. Muitos tumores estão ligados aos hábitos ruins que as pessoas cultivam, mas há alguns tipos de câncer de mama, intestino, algumas leucemias e alguns tumores ósseos e do sistema nervoso central que devem sim ser um sinal de alarme para que os familiares sejam investigados mais de perto”, recomenda.

É possível prevenir?

A prevenção de grande parte das doenças está diretamente ligada ao estilo de vida que cada pessoa mantém. “Existe uma coisa chamada de prevenção primária, que basicamente envolve alguns itens já conhecidos, mas é muito importante reforçar: ter boa alimentação, incluindo uma alimentação menos inflamatória, evitar abuso de álcool e cigarro, ter boas noites de sono, praticar atividade física e diminuir o nível de estresse. Isso não serve apenas para o câncer, mas para todas as doenças crônico-degenerativas, que inclui processos inflamatórios reumáticos, doenças do coração e intestino, doenças pulmonares e também os tumores. Portanto, um estilo de vida saudável deve se basear em bons hábitos de vida”, completa.

Dia Mundial do Câncer - imagem ilustrativa
Dia Mundial do Câncer - imagem ilustrativa


Artigo de autoria Contelle Comunicação



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