O hall do Teatro Municipal Moacir Micheletto, em Assis Chateaubriand, foi palco para uma noite festiva de autógrafos, da biografia do pioneiro Ferdinando Ferneda Netto. A obra intitulada, o “Legado de um boia-fria”, mobilizou no dia 23 de fevereiro, mais de 200 convidados, entre familiares, amigos e lideranças.
A história contada como uma grande reportagem, materializa a trajetória de um paulista de Ribeirão do Sul, que chegou nas terras vermelhas de Assis Chateaubriand, em 17 setembro de 1963.
Hoje com 85 anos de idade, 64 de casamento com professora Maria José e 60 anos de Assis, Ferdinando além de ser a história viva do município, retrata nas 140 páginas do livro, muita sabedoria, princípios, valores, fé, e sobretudo, a sua maior herança: a família. Entre filhos, genros, noras, netos, bisnetos já são 42 membros. “A família, sem sombras de dúvidas, é o meu maior legado”, enfatizou.
Em seis décadas de Assis, presenciou geadas devastadoras, como supersafras e a evolução tecnológica no campo. Testemunhou também ações de grileiros e jagunços. Vivenciou na década de 1960, a explosão do cultivo da hortelã. Nessa época o município se transformou em uma espécie de Eldorado, com mais 113 mil habitantes.
Da infância a maturidade
O livro também registra momentos históricos, desde sua infância, passando pela adolescência, até sua maioridade e maturidade.
Entre os feitos e efeitos, está a fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, construção do Hospital Oswaldo Cruz, hoje Fundação Beneficente Moacir Micheletto, chegada da Emater, atuação no cooperativismo, passagens marcantes na política, como um dos fundadores do partido Arena, vereador e articulador político, líder comunitário e religioso, empresário na área de radiodifusão, incentivador da educação, cultura e esportes, e a paixão por viagens e pescaria.
Mãos calejadas
Mesmo não tendo frequentado os bancos universitários, sua sabedoria e as calejadas mãos de boia-fria e agricultor, assegurou estudo para a esposa e todos os filhos. “Fazenda divide-se, o saber jamais”, ratifica seu esforço recompensador em um dos trechos do livro.
Ao falar para os convidados, abriu seu discurso dizendo que Deus é seu pai, Jesus Cristo seu irmão e o Espírito Santos seu advogado. “Quem está com a Santíssima Trindade, não tem medo da sua história.
Como já dizia São Paulo, sou coerdeiro do Reino de Deus”, e continuou, “vocês não imaginam a minha felicidade em compartilhar minha história com vocês. Fui um boia-fria, um bom boia-fria”.
Prestígio
Entre as lideranças, o evento foi prestigiado pelo deputado estadual Marcel Micheletto, o prefeito Valter Souza Correia, o vereador Valdemar Melato e os padres Leonardo Castro e Milton Wemann.
Muito próximo ao biografado Marcel, reforçou os laços afetivos com a família Ferneda, dizendo que Ferdinando é mais que um amigo. “Ele se tornou o meu seu segundo pai. Nos momentos mais difíceis e felizes da minha vida sempre esteve ao meu lado. A sua história é um exemplo para a minha família”, testemunhou.
Rádio
O prefeito Valtinho, falou da admiração que tem pelo biografado, da entrega recente do Título de Cidadão Honorário e brincou dizendo que o jornalista Assis Chateaubriand trouxe a televisão para o Brasil. “Ferdinando trouxe o rádio para Assis”.
Legado
Representando os vereadores presentes, Valdemar resgatou a história de Ferdinando, revelando que por onde passou deixou sua marca. “Seu legado está na saúde, educação, sindicalismo, cooperativismo e tantas outras áreas que transitou”.
O Padre Leonardo enalteceu a sabedoria do biografado. “Com Deus não se negocia, não se barganha. Ferdinando nunca fez as coisas pensando em si. Por isso fez história”.
Doação
Os livros não serão vendidos, mas doados. As bibliotecas das redes municipal e estadual de ensino já receberam exemplares.
Com informações Jornal Folha de Palotina
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