Mais rapidez e eficiência nas doações de órgãos. Os Cartórios de Notas do Brasil já permitem que pessoas interessadas em doar órgãos possam manifestar e formalizar a vontade de forma digital. O documento é considerado oficial e feito por meio de um formulário eletrônico disponível nos 8.344 cartórios ― todos com a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO). Quem explica esse novo procedimento é Leandro Corrêa, diretor do Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB).
“A autorização eletrônica de doação de órgãos tem um papel crucial aí ao registrar e formalizar o desejo do cidadão em ser um doador de órgãos. Esse processo é simples e pode ser feito totalmente digital. Para iniciar o indivíduo precisa acessar o site da aedo.org.br, emitindo o certificado notarizado; em seguida preenchendo o formulário de solicitação no site. Ele vai de forma online. E depois agendada uma videoconferência com o tabelião completando o processo de autorização de doação”, esclarece.
Todas as autorizações feitas ficarão disponíveis em um sistema eletrônico, podendo ser acessadas pelos profissionais de saúde para comprovar o desejo de quem faleceu.
De acordo com o Ministério da Saúde, de janeiro a setembro do ano passado cerca de 3.060 doações se efetivaram, totalizando 17% a mais em comparação com 2022, quando se atingiu 2.604. Com essa procura, a pasta informa que o resultado foi o melhor dos últimos dez anos: 6.766 transplantes foram realizados em todo o país, enquanto no ano anterior foram registradas 6.055 no mesmo período.
Como fazer a autorização eletrônica
As pessoas interessadas em obter uma autorização eletrônica precisam apenas acessar o site da AEDO e preencher um formulário eletrônico, que será automaticamente enviado ao cartório selecionado no momento do acesso. Em seguida, uma data será agendada pelo cartório para a realização de uma videoconferência, na qual o cidadão será identificado e deverá assinar o documento eletronicamente.
O cidadão poderá autorizar a doação dos seguintes órgãos: coração, pulmão, rins, intestino, fígado, pâncreas, medula, pele e músculo esquelético. Quem teve esse gesto de amor sendo feito, agradece.
“Eu fiz uma campanha no Face com família, minha cidade, artistas ajudaram. E depois de tudo que a gente passou, eu vi a importância de divulgar a doação de órgãos. A doação de órgãos salva vidas. E foi isso que aconteceu com a minha filha. Ela foi salva por um gesto de amor. E agora essa novidade no cartório, podendo contribuir na divulgação da doação de órgãos, ajudando as pessoas a manifestarem sua vontade, que é muito importante”
O relato é da Elaine Passos, Ubatuba (SP). Ela conta que tem uma filha transplantada do coração. A menina apresentou uma doença grave no coração aos 5 anos e aos 9 foi listada. Ficou um mês e 17 dias na fila e depois conseguiu receber o coração de um doador.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, com 4.514 cirurgias realizadas, o rim é o órgão mais transplantado com 66,72% dos procedimentos. Em segundo e terceiro lugar, aparecem o fígado (1.777) e o coração (323), respectivamente. Até janeiro deste ano, cerca de 41 mil pessoas aguardavam em lista por um transplante de órgãos. Deste total, aproximadamente 24.393 eram homens — e 17.165 mulheres.
Foto: gpointstudio/Freepik |
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