No primeiro trimestre de 2024 o abate de bovinos registrou um aumento de 24,6%, aponta a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao quarto trimestre de 2023, observou-se um crescimento de 1,6% no abate de bovinos.
Fernando de Aquino, membro da Comissão de Política Econômica do Conselho Federal de Economia (Cofecon) afirma que esse foi um crescimento “impressionante”, e aponta fatores que contribuíram para o resultado.
“Ele é explicado, principalmente, pela questão do ciclo da carne bovina. É um ciclo de vários anos no Brasil, em torno de 8 anos, e nós estamos no auge do do rebanho de carne bovina no país. Então isso leva a um crescimento da oferta de carne bovina, que foi viabilizado por uma demanda consistente em função do momento em que estamos passando, de emprego alto e salário real”, informa.
A pesquisa mostra que abate de 1,84 milhão de cabeças de bovinos a mais no 1º trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi impulsionado por aumentos em 23 das 27 Unidades da Federação (UFs), com destaque para:
- Mato Grosso (+420,07 mil cabeças)
- Goiás (+263,41 mil cabeças)
- São Paulo (+219,41 mil cabeças)
- Minas Gerais (+206,49 mil cabeças)
- Pará (+180,04 mil cabeças)
- Rondônia (+155,75 mil cabeças)
- Mato Grosso do Sul (+110,36 mil cabeças)
- Bahia (+58,08 mil cabeças)
- Paraná (+46,73 mil cabeças)
Suínos e frangos
Além disso, a pesquisa revela que no primeiro trimestre de 2024, houve uma queda de 1,6% no abate de suínos e uma diminuição de 1,2% no abate de frangos em comparação com o mesmo período de 2023.
Em relação ao quarto trimestre de 2023, revelou-se uma queda de 1,4% no abate de suínos e um aumento de 4,0% no abate de frangos. Quanto à aquisição de leite, foram adquiridos 6,21 bilhões de litros, representando um aumento de 3,3% em comparação com o primeiro trimestre de 2023 e uma queda de 4,4% em relação ao trimestre anterior.
Pedro Afonso Gomes, presidente do Conselho Regional de Economia do estado de São Paulo (Corecon-SP), destaca que é “interessante” pensar no preço desses produtos para o consumidor final.
“O preço da carne bovina estava altíssimo em 2022. O da carne suína estava bem mais baixo, e também o do frango. Então, quando os consumidores se defrontavam com este dilema que é não ter recurso para comprar carne bovina todos os dias, embora fosse de sua preferência, optavam por suínos e frangos”, pontua.
Ele explica que quando há um consumo maior, também se tem um produção maior.
Expectativas
Nos próximos meses, Gomes aponta que a carne bovina deve continuar apresentando resultados positivos.
“Se o Brasil conseguir colocar no mercado estrangeiro essa carne, vai suprir tanto o mercado interno, aqui no país, quanto o mercado internacional que também precisa de carne de boa qualidade”, conclui.
Gomes ressalta que espera um panorama positivo para os produtores que criam gado bovino, suíno e para os plantéis de frangos.
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Foto: Arquivo/Agência Brasil |
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