O mês de junho é dedicado à campanha “Junho Violeta”, criada pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia para conscientizar a população sobre o ceratocone, a importância do diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento profissional. A doença leva ao aumento excessivo da curvatura da córnea, deixando-a fina e irregular.
O oftalmologista do Hospital de Olhos de Cascavel, Dr. Cesar Shiratori explica que não há cura para a doença, mas o tratamento pode evitar a progressão. “Ceratocone é uma doença do olho que leva a uma diminuição, que pode ser bem significativa, da visão. É importante o diagnóstico precoce, porque detectamos que a doença está em evolução, e atualmente existem formas de evitar que ela progrida e leve à perda da visão. O tratamento com óculos ou lentes de contato restaura bem a visão e, naqueles casos em que não há melhora ou a doença já está muito avançada, é realizado o transplante de córnea. Nos casos que são muito avançados, sem tratamento, às vezes a córnea fica tão pontuda que é possível ver a olho nu. Mas esses casos são poucos, esporádicos”, explica.
Transplante de córneas
O transplante é o último recurso recomendado para o paciente com ceratocone. “Tentamos deixar o transplante sempre como última opção, porque tem a chance de rejeição e depois de 20 a 30 anos em média pode ocorrer a falência do transplante e precisar de um novo retransplante, em que aumenta o risco de uma rejeição. O transplante no geral é bem-sucedido, melhora e restaura bastante a qualidade da visão, mas o paciente precisa ter muito cuidado na sua manutenção: fazer os exames regularmente, evitar formas de traumatismo nos olhos, esportes de contato e impacto principalmente”, recomenda.
Atenção aos casos na família
O ceratocone é uma doença congênita, por isso se há registro da doença na família, o acompanhamento oftalmológico precisa ser constante. “Geralmente, os pacientes já chegam em um estágio mais avançado. Aqueles que fazem a consulta regularmente muitas vezes a gente detecta logo no início. Quem tem casos na família deve fazer seu exame com mais regularidade, principalmente na infância e adolescência, porque é a idade em que costumam aparecer os primeiros sinais da doença. É importante que o paciente relate isso ao médico oftalmologista porque a investigação é alterada”, alerta.
Evite coçar os olhos
O ato de coçar os olhos com frequência está diretamente ligado ao afinamento da córnea, uma das características da doença. “O fator mecânico de coçar os olhos pode impactar na saúde ocular. Então as pessoas que têm muita alergia nos olhos tem que ir mais regularmente ao oftalmologista, tratar essa alergia, evitar coçar os olhos porque existem teorias que dizem que esse é um fator que contribui para o agravamento ou aparecimento do ceratocone”, complementa.
Junho Violeta imagem ilustrativa |
Artigo de autoria Letícia Fernandes - Contelle Comunicação
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