A estação mais florida do ano chega no dia 22 de setembro e de acordo com os meteorologistas do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) para o período é esperada a atuação do fenômeno La Niña que resulta em chuvas irregulares e abaixo da média histórica esperada. Especialistas apontam também para a possibilidade de ocorrência de ondas de calor intenso. O cenário nem de perto se assemelha à beleza das flores e requer atenção redobrada com a saúde. “O clima quente e seco pode trazer complicações indesejadas ao nosso organismo, sendo as duas principais o ressecamento das mucosas e a desidratação, ambas relacionadas ao aumento da perda de líquidos que nosso organismo sofre na tentativa de manter a temperatura do corpo adequada para seu funcionamento”, alerta o médico pediatra e diretor-técnico do Policlínica Hospital de Cascavel, Ricardo Yamaguchi.
Hidratação é prioridade
Diante dos impactos que essas condições climáticas causam na saúde, a recomendação médica é a adoção de hábitos que possam minimizar os efeitos. “A primeira ação que devemos tomar para impedir essas complicações é aumentar a ingestão de líquidos para compensar o aumento da perda do próprio líquido que ocorre de forma aumentada nessas características climáticas. O ideal é evitar o consumo de bebidas alcoólicas e refrigerantes, e optar por água, sucos naturais e até mesmo isotônicos, este último principalmente durante e depois de atividades físicas é muito benéfico para o organismo. A quantidade de líquido indicada varia muito conforme a temperatura do ambiente e o nível de atividade física realizado, mas o mínimo que devemos tomar é de 2 a 3 litros por dia, segundo a Organização Mundial de Saúde. Pessoas fisicamente ativas e em dias de calor devem tomar por volta de 4 a 5 litros de líquidos. De forma geral, a quantidade mínima de líquido a ser ingerido no dia, em pessoas que não estão praticando exercício e em dias de temperatura normal é de aproximadamente 35 mL por quilo, por exemplo, um adulto de 60 quilos deveria tomar pelo menos 2,1 litros”, recomenda.
Alguns sinais podem indicar que estamos tomando menos líquido que o necessário, entre eles, boca e língua secas, olhos fundos, fraqueza excessiva, tontura ao levantar, e quando passamos muitas horas sem apresentar diurese e nesse momento percebemos que o xixi está de cor amarelo escuro.
A hidratação do corpo também precisa ser foco de atenção. “É indicado manter a pele sempre hidratada com a utilização de cremes hidratantes dermatologicamente testados e, caso tenha sinais de mucosas secas como lábios rachados ou olhos ressecados, utilizar batons para hidratação dos lábios e colírio para manter o olho hidratado também”, orienta.
Alimentação e exercícios físicos
A alimentação também deve ser foco de atenção. Nos meses mais quentes não é recomendada a restrição de nenhuma classe de alimentos. “A dieta deve ser balanceada, priorizando o consumo de frutas e verduras, alimentos leves e ao mesmo tempo ricos em água, fibras e vitaminas. O consumo de carboidratos de forma controlada também é importante, assim como a presença da proteína na dieta”, orienta.
Com a chegada da estação mais quente, é comum que a prática de exercícios físicos, muitas vezes deixada de lado no inverno, seja retomada ou intensificada. A médio e longo prazos, a prática constante de exercícios é importante no controle do peso, auxilia no controle da pressão arterial, além de ser um fator de proteção cardiovascular, reduzindo risco de doenças cardíacas.
Para potencializar os benefícios é preciso observar alguns cuidados com os hábitos alimentares e condições climáticas. “É muito importante relembrar que nessa época do ano devemos evitar fazer exercícios nos horários mais quentes do dia, dando preferência para o início da manhã e final do dia. É sempre muito importante termos foco na hidratação do corpo, tomando muito líquido durante todo o dia de forma constante e conforme a intensidade do exercício seja maior, aumentar ainda mais a ingestão de líquido durante e após a atividade. Ideal também fazer uma dieta leve antes dos treinos, evitando fazer atividade física de “barriga cheia”. Quanto ao uso de suplementos alimentares, é muito importante que um profissional seja consultado para indicação correta conforme o tipo e intensidade da atividade física a ser realizada, evitando assim prejuízo à saúde”, completa o médico.
Artigo de autoria Letícia Fernandes - Contelle Comunicação
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